Cressida: Se alguém pode ouvir quando você grita em silêncio uma dor perfurante em seu peito? E você vendo tudo de uma câmara escura, passando devagar como um frame de um filme, apenas um pedaço de um céu desabando? Você não uiva alto o suficiente porque não tem mais forças.
O gemido que entrega seu corpo ao chão? E tudo está acabado.
Acho que a resposta é não. Mas você pode discordar de mim, Cassu.
Cassu: Eu não preciso ser forte o tempo todo ou parecer forte. E quando essa dor for tão forte que não compense a luta. Acho que todos sabem quando está no fim e é diferente para cada um. E você está certa, sobre isso. Ninguém ouve a sua dor vivida em silêncio. A menos que você seja uma coruja tagarela causadora de intrigas, não é mesmo, Cressida? Somos amigos. Eu te garanto que nossas vidas já estão tão entrelaçadas, que caminharemos a dor juntos. E no fim, o que se segue é um apêndice chato e desnecessário.
Cressida: Sabe que você faz parecer que há algo mais para se importar?
Cassu: Eu sei que que o somos é muito para nossa percepção. Tem algo mais e é lindo. Eu agradeço pela sua amizade.
Cressida: Somos engrenagem de uma grande máquina.
Cassu: Talvez sim. Mas chega de me corromper, sou apenas uma criança. Bogus deve estar me procurando para minhas lições de caça.
Cressida: Está bem. Melhor manter esse nosso contato em segredo. Não quero ter problemas com Bogus.
Cassu: Até mais, coruja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário