Eu conheci um cara que tinha nome de filósofo.
A vida dele era como uma grande reflexão sobre o sentido de tudo e ainda parecia que nada ele tinha realmente entendido sobre esse mistério que são os 90 anos do ser humano.
Eu tive o privilégio de trabalhar ao lado dele. Nunca conheci pessoa tão mais educada do que ele.
Na sua mesa do trabalho tinha latinhas de chá da Inglaterra e miniaturas de coisas "londrinas". Um lembrete palpável por ele ser um lorde.
O que mais me intrigava era ele usar o mouse com a mão esquerda. Eu perguntei se ele era canhoto e ele disse que não, que era pra ele estimular o cérebro.
Eu não quero tratar esse texto como apenas uma lista das peculiaridades dele, mas eu estou apenas refletindo sobre o que mais me chamava atenção.
Ele anotou meu nome numa de suas 5 agendas e ele nunca errou o meu nome, o que é raro! Ele coleciona moedas antigas e de outros países e sei lá mais que surpresas tem lá dentro daquele "filósofo".
Eu nem sempre concordei com tudo que ele pensava ou dizia, mas eu respeitei o direito de ele ser ele mesmo e acho que isso era a coisa mais bonita nessa amizade. E o que mais me intrigava era que, embora eu ter a metade da idade dele, ele me olhava esperando aprender alguma coisa comigo. Eu amo essa sensação de que posso deixar algo positivo na vida efêmera de alguém.
De vez em quando, na nossa vida, cruzamos com pessoas que são universos inteiros e mais infinitos do que outras. Eu penso que na minha vida, quero ter a serenidade, a curiosidade e a paciência do Sócrates e nunca deixar de aprender.
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