As cortinas caíram. O céu caiu, aquela paisagem com uma ponte à um tiro de distância caiu também.
Ah caíram, pessoas, carros, árvores. Tudo caindo como chuva, encontrando o chão e sumindo. Tudo falso. Quando a cortina holográfica caiu, tudo se mostrou. Tudo se mostrou falso.
O amor que eu tinha? Falso?
Ele...
Ele era minha paz, meu apoio. Eu perguntava e ele sempre tinha todas as respostas. E tinha o cabelo macio também. Um cheirinho bom e tinha um abraço perfeito. Mas ele também caiu. Não sorria mais, ficou amargo, fel. Não me dava mais seu ombro e não me chamava de querida. Não sentia minha falta. Não ia me ver. Às vezes era arrogante e rude. E quando ele foi sumindo eu percebi que naquele mundo perfeito tinha uma falha. O meu sistema hermético tinha um erro. Solúvel, eu pensara. Mas eu tentei reanimar a vida que havia nele e nada. A falha do sistema começou a me tirar o sono.
Eu comecei a pensar e pensar. Noites insones. Quando tive a ideia de tomar o remédio do sono foi que tudo começou a clarear. Foi o momento que relatei no início: as cortinas caindo. O show se revelando em seu auge. O momento em que a mocinha descobre que tudo era falso.
Ou seria apenas aquela falha do sistema que ela não deu conta de consertar?
Era um teste? Se tudo isso for um teste, eu não passei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário