terça-feira, 26 de março de 2024

Ar puro

Comecei a buscar

Encontrei

Um ar puro

Que vale a pena respirar


Comecei a questionar

Inspirei

Um futuro

Que me vale o inspirar 


Se vivi uma mentira

Um ar seco e um fôlego de gás 

Veneno sem saber

Sem julgar sem entender 


Inspirar e expirar

Quando eu encontrei 

Inspirei

Um futuro 

Não mais expirarei

Agora eu encontrei você 

Meu AR puro.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Vida, a cadelinha

 Hoje eu estava atravessando a rua e vi pregado num poste, um papel gasto, rasgado. Não sei há quanto tempo estava ali mas ele tinha a foto de uma linda cadelinha branca e preta, perdida, chamada Vida. 

Os donos ofereciam uma recompensa. Eu pensando se a Vida foi encontrada...

Eles devem ter procurado muito por ela, colado centenas de cartazes. Se ela foi encontrada, eles não voltariam para retirar os cartazes, eles só celebrariam o reencontro com a Vida.

E se a Vida não fosse encontrada, aquele cartaz velho ainda lembraria alguém que o visse (como eu) como a Vida era parte da família de alguém e como ela era importante.

Isso é uma das coisas mais maravilhosas nesse mundo de gente indiferente e indigente, é saber que em algum ponto, em algum universo, toda Vida importa.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

 Eu comecei a perceber mais e ainda assim eu sofri mais. Eu sabia o que fazer com a dor agora. Guardei tudo e fiz piada de humor duvidoso.

 Será que a vida tem um chamado tipo um despertador que você tem que aceitar sem colocar na “soneca”? Tem algum momento que você tem que realmente viver?

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Não dá pra saber quando a chuva vai parar. 

De uma hora para outra ela simplesmente passa.

Se tiver sorte, você ainda vê um arco-íris.

 Você sabe que a chuva lava muito mais a sua alma.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Onda radioativa

 As ondas começaram a me esquentar e a trazer um cheiro confuso de sal e amônia. Era como se eu fosse encoberto, enlaçado e abraçado por algo estranho. No meu sonho isso era um afago, o momento onde eu começaria a me decompor atingindo um novo nível de matéria: não matéria.

Eu estava de frente para o que me destruiria, uma cortina de material radioativo e sob a minha pele o sangue era quente e frio. E eu quis isso.